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terça-feira, 19 de julho de 2016

2509


Era Setembro
É claro que ainda lembro
Ali se realizava um sonho
E nasciam dois seres:
Meu verdadeiro amor
E meu novo eu.

Pequeno pedaço meu
Doce encontro
Tão sonhado
Num desencontro
Se perdeu
O amanhã nunca foi meu.

Aquele rapaz sonhador
Onde é que se meteu?
No lugar dele
Só há angústia e medo
Que com os anjos esteja 
Se morreu.

E aqui só resta eu
Rei caído,
Meu sangue na espada
Tal essa chamada
Despedida inexistente
O golpe fatal me doeu.

Ser pai sempre foi sonho meu
Mas não foi assim que sucedeu
O que guardas de mim
É só meu nome
Sem saber
Se quer
Quem sou eu.

Lembre-se que sou resto teu
Se há coração aqui batendo
Talvez o sonho de ser pai apenas adormeceu.

Me perdoe se pareci errado
Nessa história não há inocente
E não há culpado
Mas o erro não foi só meu
Não estava sozinho quem cometeu
Deus nunca põe o Diabo
No homem que se converteu.

E se um dia
Eu não fores pai teu
Espero que ele te ame
Tanto quanto eu
Pois o sonho da sabedoria
Sempre foi sonho meu
E o filósofo que em mim reina
É o único daqui que não morreu.

Hoje não sigo sozinho
Há um belo anjo que me mostra o caminho
Que daqui 
Vai direto ao ninho
Onde guardo irmãos teus.

Me disseram que um dia
Essa dor há de passar
Seja no cantar do galo
Ou quando a Dama Negra chegar.

Sigo esperando esse dia
Lembrando do sorriso teu
Querendo voltar no tempo
Pro dia em que você nasceu.

sábado, 3 de maio de 2014

Solidão Confraternizada

Todos juntos,
Individualmente sozinhos.
E eu aqui,
Nessa solidão confraternizada,
Apenas tentando,
Tentando entender o porque,
Porque desta dependência de nós mesmo?

Somos seres quase inanimados,
Ou diria desanimados?
Nem eu sei.
Na verdade,
Nada sei.

Somos só eu,
O que eu penso,
A cidade,
A solidão.
E, no final só queria saber:
Dentro de tudo isso,
Em meio a isso tudo,
Que diabos faço aqui?

- Matheus Schneider

terça-feira, 4 de março de 2014

Do copo

De gota em gota,
Vou enchendo meu copo,
Meu copo,
Meu próprio "eu".

Cada gota me induz
A pensar,
Entender,
Questionar.

Gota de chuva,
De pinga,
Que pinga,
De pensamento.
Me leva a pensar.

Pensar que sou um copo,
Que enche,
Esvazia,
Duvida
E questiona.

Tudo me enche,
Nada me transborda.

- Matheus Schneider

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Seu Rastro

São onze da noite
E despeço-me de ti.
Seu horários,
Malucos,
Confusos,
Nos impede do "um pouco mais".

Suspiro e entro me meu quarto,
A solidão daquela casa me invade o peito.
Sinto sua falta.

Deito em minha cama,
Vejo que, novamente,
Esquecida que é,
Deixou seus brincos no meu criado.

No ar,
Teu perfume.
Aquele toque floral,
Um tanto cítrico,
Enche meu peito de saudade.

Em meu travesseiro,
Seu cheiro,
Seu rastro.
Aquele seu cheiro de amor,
Paixão,
Desejo.

Abraço minhas cobertas,
Durmo contigo,
Sem você ao meu lado.

- Matheus Schneider

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Despedida

Hoje vivo um dilema.
Rir ou chorar?
Gritar ou cantar?
Correr ou andar?
Não sei.

A felicidade me rasga o peito,
Vejo que vocês,
Guerreiros de fé,
Não se abalaram,
Não caíram,
Tampouco desistiram.

Então vão,
Meu amigos!
Este é só o fim
Do começo de nossas vidas.

Que cada um,
Em seu caminho,
Encontre pedras,
Mas não espinhos.
As pedras vocês usaram,
Com calma,
Uma por uma,
Pra construírem seu próprio destino.

- Matheus Schneider

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Quem Sabe a Morte

O que seria da Vida, se não a Morte?
Sua única certeza,
Ou quiçá, incerteza.
A vida é incerta.

Quem sabe a Morte,
Em sua figura,
Com belas roupas e seu perfume,
Aquele perfume inconfundível
Que só quem já sentiu,
Sabe o quão suave é.

Morte,
De perto eres tão enigmática,
Fria,
Mas não sabem que trazes o bem.

Cada ser que tu conheceres,
Oh Morte,
Perdoa-lhe.
E quando tu, Morte,
Saber da minha hora,
Busque-me,
Lhe receberei de braços abertos,
Pois o último sabor que me restará
Será o gosto do teu beijo
Que aguardo, sem pressa,
Mas com a vontade que mais me atiça.

Venha, Morte,
Mas não se apresse.
Venha, Morte,
Mas não se acanhe.

Um dia, Morte,
Serei só teu.

- Matheus Schneider

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Serenata

Caminho até tua casa,
Espero lhe encontrar na janela.
Sei que estará lá,
Com os cotovelos apoiados no parapeito.

Seus lábios vermelhos,
Seu cabelo cacheado,
Aquele seu perfume que reconheço à distância.

Distância.

Caminho até tua casa,
O sol é forte,
Mas o amor é ainda mais.
Contento-me.

Lá está você,
Lindo como um anjo,
Me olhando,
Transbordando amor.

Pego meu violão
E num gesto, começo à cantar um verso:
"Linda mulher que guardo lembranças,
Sinto tua falta à cada instante,
Uma saudade irritante, um imensa dor.
Peço pra nós,
Meu bem, tu amor do mundo,
Pois tu és meu anjo,
E eu sou teu vagabundo".